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Mudanças no comportamento do consumidor durante a pandemia
Como já era de se esperar, a pandemia do novo coronavírus trouxe mudanças no comportamento do consumidor. A suspensão de algumas atividades e a recomendação de fazer o isolamento social impactou não somente os hábitos diários das pessoas, como alterou as relações de consumo.
Um exemplo disso é o grande aumento na procura por artigos de saúde e higiene como máscaras cirúrgicas e álcool em gel nos últimos meses. Também podemos observar dificuldades financeiras que abriram espaço para uma revisão do consumo e a priorização por itens essenciais.
Esses são alguns pontos que marcam o início de um “novo normal”, já que alguns especialistas dizem que muitas mudanças ocorridas agora serão permanentes e o comportamento do consumidor será fortemente transformado.
Por isso, é fundamental entender e monitorar o comportamento do consumidor para garantir a sobrevivência da empresa não apenas hoje, mas em um futuro pós-crise. Confira a seguir 5 mudanças ocorridas nos hábitos de consumo neste período.
1- Aumento das compras online
As compras online cresceram muito durante esse período. Segundo informações da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico, algumas lojas virtuais registraram um crescimento de mais de 180% na compra de itens de beleza, saúde, alimentos e bebidas.
Esse comportamento pode ser explicado pelo medo que as pessoas passaram a ter de ir pessoalmente a lojas físicas e contrair o vírus. Assim, quem já comprava pela internet, comprou mais. E quem ainda não comprava, comprou pela primeira vez.
Não à toa, o ecommerce faturou 9,4 bilhões de reais somente em abril de 2020, cerca de 81% a mais em relação ao mesmo período do ano passado segundo a Compre&Confie.
A tendência é que este comportamento se incorpore nos hábitos de compra dos consumidores no pós-crise.
2- Receio de locais com muita aglomeração para fazer compras
Com medo de contrair o vírus, muitas pessoas estão evitando parques, lojas físicas e locais com muita aglomeração.
O que, já vimos, fez com que muitos consumidores comprassem por lojas online. A dica é ficar atento a esta mudança de comportamento, já que existe a tendência de perdurar. Espera-se um perfil de consumidores ainda cautelosos e exigindo cuidados redobrados com a higiene por parte dos estabelecimentos que frequentam.
3- Crescimento de buscas por cursos EAD
Para aproveitar o tempo durante o isolamento social, frente à suspensão das aulas presenciais, muitas pessoas estão consumindo cursos de formação à distância. O INEP registrou que, aproximadamente, 1,7 milhão de brasileiros realizou matrículas em cursos online. Outro dado bastante interessante é o do Google.
Segundo o levantamento da empresa de tecnologia, houve um salto de 130% nas pesquisas por especializações à distância.
A educação à distância, que já estava crescendo antes do coronavírus, só tende a aumentar nos próximos anos.
4- Preferência pelo internet banking
As contas digitais e o internet banking já estavam ascendentes, mas agora com o cenário pandêmico tiveram um impulsionamento considerável.
O Banco Inter registrou um aumento de 155% na abertura de novas contas somente no primeiro semestre de 2020.
A fintech Acordo Certo também apontou uma queda de 17,9% na busca por lotéricas e um crescimento de 14,24% na escolha por internet banking.
Isso mostra o quanto as pessoas estão receosas sobre a situação, recusando-se até a ir aos bancos físicos e lotéricas para pagar as contas.
5- Consumo de soluções digitais
Outro comportamento do consumidor bastante visível neste período é o interesse crescente em soluções digitais. Entre alguns serviços bastante consumidos nesse sentido estão:
- Teleconsultas ou consultas online com profissionais da saúde
- Softwares de home office
- Serviços de entretenimento online
- Lives via celular
Com o fechamento de diversos estabelecimentos de cultura e lazer e o isolamento, também cresceu a procura por serviços de streaming e plataformas de videoconferência para se comunicar com colegas de trabalho, família e amigos.
Muitos ainda dizem que as teleconsultas, que antes da pandemia não eram autorizadas, chegaram para ficar. Afinal, elas garantem o acesso à saúde a populações vulneráveis ou cujo deslocamento é difícil.
O cenário pós-pandemia requer estratégia e ação
Dina Howell, CEO Worldwide da Saatchi & Saatchi X, disse certo dia: “acredito que os consumidores nos dirão o que querem e do que precisam se nós, simplesmente, os ouvirmos de uma maneira nova todos os dias”.
Essa frase reforça o quanto ouvir o cliente requer atualização constante, uma vez que ele é mutável e está sempre desejando coisas novas.
Nesse sentido, as empresas devem atentar-se às expectativas e ao comportamento desse consumidor cauteloso e traumatizado pela crise da Covid-19.
E perguntar-se: de que maneira estou ajudando meu público-alvo? Esse é o caminho certo para seguir a partir de agora.
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